O presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar), Epitácio Antonio dos Santos, reafirmou durante reunião da Coordenação Federativa de Trabalhadores do Estado do Paraná (CFT-PR), realizada em 3 de março, que a greve dos caminhoneiros – que tem ocorrido em diversos estados do Brasil – é um movimento organizado por empresários do transporte e do agronegócio, que se utilizam principalmente dos motoristas autônomos para realizar paralisações e chantagear o governo federal.
O principal objetivo da greve era justamente pressionar o governo a aprovar a Lei do Caminhoneiro – que retira diversos direitos do trabalhador – e que foi sancionada pela presidente, Dilma Rousseff, em 2 de março.
Segundo Epitácio, a greve é um locaute. “O golpe dos patrões foi uma forma de pressionar as lideranças à sanção da lei, uma vez que sua aplicação aumenta o lucro de produtores e grandes embarcadores”, explicou.
Nesse sentido, os representantes das entidades que pertencem à Coordenação decidiram publicar uma nota explicativa aos motoristas – para que estes entendam que a greve se trata de um golpe do agronegócio e empresários –, sendo este assunto de interesse de todos. A reunião foi um bom momento para colocar as posições das federações sobre o tema.
Durante o encontro, foi sugerida uma campanha pela valorização das entidades sindicais para demostrar a importância social e econômica das organizações para os trabalhadores e a sociedade. Segundo os representantes, trabalhadores e sociedade têm sido beneficiados com ações das entidades e muitas vezes não sabem que os direitos e conquistas obtidos foram devidos aos esforços do movimento sindical.
PN 119
Quanto ao Precedente Normativo (PN) 119 – medida que estabelece aos empregados não sindicalizados a opção de realizar contribuição assistencial –, os representantes decidiram buscar mobilização nacional. Os estados do Sul serão os primeiros contatados para uma possível articulação.
O objetivo é a derrubada do PN, que enfraquece as entidades e gera prejuízo à construção das lutas e da defesa dos trabalhadores.
Segundo Epitácio, “o Paraná precisa de apoio dos outros estados para aumentar sua influência política e pressionar as lideranças para reverter o Precedente. Esse texto enfraquece os sindicatos de base e, consequentemente, os trabalhadores”.
Os líderes sindicais também lembraram que o governo federal só estabeleceu diálogo com os sindicatos no final de 2014 e início de 2015, mas que agora tem deixado os trabalhadores de lado. Outro problema apontado foi a quantidade de demissões em 2014, muito acima das admissões.
Fonte: FETROPAR.
Publicado: Sex, 06 de Março de 2015 13:35.