Um grupo de trabalhadores do transporte público de Cascavel, no oeste do Paraná, decidiu impedir que os ônibus de uma das duas empresas responsáveis pelo serviço na cidade saíssem da garagem no início da manhã desta quarta-feira (25). O grupo é contrário à implantação do sistema de cobrança exclusivamente por meio de bilhetagem eletrônica. O projeto foi aprovado pelos vereadores em segunda discussão na terça-feira (24).
A categoria já havia suspendido a circulação dos ônibus na segunda-feira (23) pela manhã e na tarde de terça para acompanhar a votação da proposta na Câmara Municipal. Depois da aprovação do projeto por 13 votos a favor e sete contrários houve discussão e tumulto no plenário. Logo depois, os trabalhadores levaram os veículos para as garagens e os usuários ficaram sem transporte coletivo.
Por volta das 5h, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Cascavel (Sintracovel) fez uma assembleia para decidir se entravam em greve. Enquanto um grupo optou por voltar ao trabalho, cobradores da Viação Capital impediram que a frota saísse da garagem. Depois de uma promessa da companhia de que haverá uma adequação na escala e nos horários de trabalho dos funcionários, os ônibus voltaram a circular às 9h.
A proposta
O projeto de lei 159/2014, que dispõe sobre a utilização da bilhetagem eletrônica nos veículos que operam o transporte coletivo em Cascavel, é de autoria dos vereadores Gugu Bueno (PR), Luiz Frare (PDT) e Romulo Quintino (PSL). Na justificativa, eles destacam que a utilização exclusiva da bilhetagem eletrônica aumentará a segurança, já que não haverá mais a circulação de dinheiro nos veículos. Ressaltam ainda que a mudança “impactará na redução do valor da tarifa a médio e longo prazo”.
A iniciativa foi aprovada com uma emenda, proposta pelo vereador Jorge Bocasanta (PT), de que as empresas não poderão demitir os cobradores quando o sistema for implantado.
Para entrar em vigor a lei ainda precisa ser sancionada pelo prefeito Edgar Bueno (PDT). O Sintracovel promete, no entanto, reverter a decisão na justiça.
Fonte: G1