Curitiba terá, até o fim do ano, um novo e reduzido limite de velocidade no anel central. A prefeitura ainda não definiu se o teto será 30, 40 ou 50 km/h. A medida é o ponto central do projeto “Centro Acalmado”, com lançamento previsto para 18 de setembro. Desde a semana passada, contudo, a administração municipal tem usado seu perfil no Facebook para preparar a iniciativa, com mensagens que trazem a “hashtag” #descubra e o desenho de um polígono.
A forma geométrica compreende a área atingida pelo projeto. Seus limites são as ruas André de Barros/ Nilo Cairo, Mariano Torres, Luiz Leão (por trás do Passeio Público), Inácio Lustosa e Visconde de Nacar. Essa região concentra a maior parte dos atropelamentos em Curitiba – tipo de acidente que causa mais mortes na cidade. Todas as vias dentro deste anel estarão sujeitas ao novo limite, o que inclui, por exemplo, o trecho de maior movimento da Rua Marechal Deodoro. A velocidade máxima é discutida entre o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), que conduzem o projeto “Centro Acalmado”.
O Ippuc defende um limite único de 30 km/h, o mesmo da “Via Calma” da Avenida Sete de Setembro. A Setran é a favor de 40 km/h perto de escolas e 50 km/h nas ruas com corredor exclusivo de ônibus. A definição esfriou esta semana porque o presidente do Ippuc, Sérgio Póvoa Pires, está em viagem. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) pediu que esse valor seja fechado nas próximas duas semanas, a tempo de organizar o lançamento para 18 de setembro, dia do início da Semana Nacional de Prevenção aos Acidentes de Trânsito.
Oficialmente, a prefeitura não fala sobre o assunto. Trata o projeto como em fase de estudos – o que se confirma pela indefinição quanto ao limite de velocidade.
Estão totalmente descartadas no projeto a abertura de ciclorrotas ou vias calmas dentro do polígono. Haverá, no entanto, pelo menos uma intervenção voltada para o tráfego de bicicletas: uma adaptação nas calçadas da Mariano Torres, onde há uma ciclovia. A aposta do projeto é, com velocidade reduzida, tornar o trânsito mais amigável para pedestres e ciclistas.
Dentro do perímetro central há vias com limites de velocidade que variam de 30 a 60 km/h. Assim, em algumas ruas o novo projeto não deve alterar em nada o ritmo de fluxo de veículos. Já nas vias de tráfego rápido, com até 60 km/h, o impacto deve ser mais fortemente sentido, com redução de 20 km/h, o que representa diminuição de 33% do limite permitido.