Ao final da audiência da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), realizada nesta sexta-feira (25) na Câmara Legislativa do Distrito Federal, foi divulgada a Carta de Brasília. O documento, aprovado por unanimidade por centenas de militantes e sindicalistas, conclama o Senado a analisar “com seriedade” o PLC 30/2015, que tem como objetivo regulamentar a terceirização. O senador Paulo Paim (PT-RS), que preside a CDH, é o relator da matéria na Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional, que trata dos projetos da Agenda Brasil, tidos como prioritários pelo Senado.

Carta de Brasília foi assinada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e pelo deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF). Paim é o relator do PLC, e já deixou claro que seu texto procurará levar aos trabalhadores terceirizados os mesmos direitos garantidos pela legislação trabalhista a quem é contratado diretamente pelas empresas.

— Hoje temos 13 milhões de trabalhadores em condição de semi-escravidão — condenou, referindo-se ao total de terceirizados atuando no mercado. O texto como veio da Câmara libera a adoção da prática para as atividades-fim das empresas.

Ao fim da reunião, Paim disse que o país passa por uma encruzilhada. Haveria uma articulação visando a supressão de direitos sociais, que incluiria também a tomada do poder “na marra”.

Outros pontos

O documento afirma que, onde foi aplicada, a liberalização da terceirização para as atividades-fim das empresas levou à queda do dinamismo interno da economia e ao aumento das desigualdades sociais.

A carta também cita que a proposta é “degradante” para os trabalhadores, pois levou à queda de salários, supressão de direitos e aumento da jornada nesses países, não servindo sequer para a queda nas taxas de desemprego.

Paim informou que já tem o compromisso de apoio dos senadores do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal a seu relatório.

— Aprovar a terceirização do jeito que a Câmara fez é a mesma coisa que jogar a CLT no lixo — afirmou o senador, replicando parte da Carta de Brasília.