Curitiba e região metropolitana começaram a semana com mais uma ameaça de greve de motoristas e cobradores de ônibus. Com os salários que deveriam ter sido depositados no último dia 8 atrasados, cerca de seis mil trabalhadores de oito empresas ameaçam cruzar os braços a partir da meia-noite desta terça-feira (12). A categoria descartou a paralisações em outras 15 empresas que já realizaram os depósitos.

A greve parcial já foi uma medida adotada no último mês de novembro. De acordo com o Sindimoc, são 310 linhas atendidas por essas oito empresas em todas em regiões de Curitiba e nas cidades de Almirante Tamandaré, Araucária, Campo Largo, Contenda e São José dos Pinhais. Como há casos em que mais de uma empresa opera uma mesma linha, o atendimento continuaria sendo realizado precariamente pela empresa que não estiver em greve.

Os atrasos salariais vêm sendo uma constante no transporte coletivo de Curitiba e região, principalmente a partir do ano passado. Em 2015, a prefeitura anunciou o reajuste da tarifa técnica no final de setembro — sete meses após a data-base contratual. Nesse período, os empresários deram diversas declarações afirmando não ter dinheiro suficiente para cobrir a alta dos custos do setor. A mão-de-obra, por exemplo, teve reajuste salarial de 9% em 2015.

Mas mesmo após o anúncio da nova tarifa técnica de R$ 3,21 – posteriormente reajustada para R$ 3,27, os atrasos salariais continuaram. As empresas alegam que essa nova tarifa técnica deveria ter sido fixada em R$ 3,40 naquela época. O próximo reajuste deve ocorrer no dia 26 de fevereiro, como prevê o contrato.

Além das campanhas contra os atrasos salariais, motoristas e cobradores devem se movimentar neste mês para o próximo reajuste da categoria. A data-base é 1.º de fevereiro. O Sindimoc ainda não divulgou sua pauta de reivindicações, mas motoristas e cobradores têm tido reajuste acima da inflação nos últimos anos. Com pagamentos atrasados e negociações para reajuste salarial, é provável que esse começo de 2016 seja de estado de greve permanente para a categoria.

O sindicato que representa as empresas – Setransp – disse que um eventual posicionamento das empresas sobre o atraso salarial deve ser realizado apenas no final da tarde. A Urbs, empresa que opera o sistema, disse sempre adota medidas preventivas para tentar evitar paralisações, mas que ainda estuda o que fará nesta segunda-feira. A Comec, órgão estadual que gerencia o transporte na região metropolitana, ainda não se pronunciou sobre a ameaça de paralisação