Problema com quebra de veículos acontece em outros municípios.
Eles alegam que Ministério da Saúde não tem substituído ambulâncias.

Com ambulâncias quebradas, os funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) enfrentam dificuldades para trabalhar em São José, na Grande Florianópolis, como mostrou o Jornal do Almoço desta quinta-feira (21).

As seis ambulâncias que deveriam operar na cidade chegaram a ficar paradas nesta semana, cinco delas para manutenção. De segunda a quarta-feira, as unidades básicas não circularam pelo município. Só nesta quarta-feira (20) é que uma foi liberada pela oficina.

"Hoje, nós temos dois carros, temos uma equipe de plantão, com carro à disposição. Pode ter acontecido de ter ficado sem ambulância, mas não chegou a ficar dias, acredito que foram horas”, diz a secretária de saúde Suzana Senna Bousfield.

Segundo mostrou a reportagem do Jornal do Almoço, porém, o município dispõe atualmente de três equipes em cada plantão, mas se a central de regulação precisar acionar uma delas, não vai conseguir. 

Com a imagem desfocada, para proteger a identidade de uma funcionária, a reportagem questiona sobre as ambulâncias. "Não dá para trabalhar, tá tudo quebrado", ela afirma.

A sexta ambulância nunca quebrou, pois nunca pegou a estrada. No veículo novo, ainda há plástico cobrindo os assentos. Com cheiro de carro novo, a ambulância chegou ao município há dois meses, não tem documentacão, sequer foi emplacada. Tudo isso, porque não houve publicação no Diário Oficial da União.

“Estamos aguardando a publicação do Ministro da Saúde no Diário Oficial. Quando essas ambulâncias atingem 300 mil quilômetros, o governo federal precisa repor, mas isso não está acontecendo. Por isso, tantas peças quebradas e tanta manutenção ”, diz a secretária de saúde.

Outros municípios
“Se alguém precisar de atendimento?", questiona a RBS TV. "Só na sorte, se Floripa tiver vaga, Palhoça tiver, Santo Amaro, Biguaçu... aí vai ajudar”, diz a funcionária. Só na sorte mesmo, porque também há problemas em outros municípios. Em Palhoça, duas das três ambulâncias estão no conserto.

“Aqui, há grande probabilidade de quebra de ambulância, só que o pessoal é mais organizado com relação a isso”, diz outro funcionário que tem a identidade protegida e a imagem desfocada.

Em nota, a Prefeitura de Palhoça confirmou os problemas. "A unidade básica do Samu enfrenta dificuldades com as ambulâncias oferecidas pelo estado e pelo governo federal. As três viaturas já deveriam ter sido trocadas há muito tempo, porém os pedidos do município não estão sendo atendidos”, afirmou a administração.

“Trabalhamos para que a gente possa ter qualidade no atendimento, esse é nosso maior objetivo”, afirma a secretária de saúde de São José.

O secretário de saúde de Florianópolis Daniel Moutinho diz que as quatro ambulâncias da cidade estão em funcionamento.

“É responsabilidade do governo federal a compra dessas ambulâncias. Em dezembro tivemos que mandar um motorista ao interior de São Paulo buscar uma ambulância nova, no entanto, até agora não pudemos colocá-la em circulação, porque a documentação dessa ambulância ainda não foi colocada à disposição pelo governo federal.

Moutinho garante que diversas vezes o município reivindicou novas ambulâncias. “Apesar dos nossos esforços, o governo federal tem falhado com os municípios catarinenses. São ambulâncias que rodam demais e precisam ser trocadas”, diz.

A RBS TV e o G1 procuraram o Ministério da Saúde, mas até a publicação desta reportagem não obteve retorno.