Em várias cidades de Santa Catarina, a tarifa do transporte coletivo já passou dos R$ 3. Porém, o aumento do preço muitas vezes não indica uma melhora no serviço. A falta de horários, pontualidade, conforto e manutenção são algumas das reclamações dos usuários, como mostrou o RBS Notícias nesta terça-feira (23).
Em Blumenau, no Vale do Itajaí, a recente mudança de empresa ainda deixa a desejar. Depois que a prefeitura rompeu com o antigo consórcio, o transporte público funciona com contrato de emergência. Mas parece que os transtornos não acabaram com a mudança.
A passagem custa R$ 3,65. Tem passageiro reclamando que o serviço não está a altura preço. "Eu peguei dois [ônibus] hoje. A porta não abria, eu tive que abrir com as crianças para os outros entrarem, estavam caindo as peças, estava horrível", desabafou uma passageira.
Na Serra, em Lages o transporte também só funciona com contrato de emergência desde 2013. A empresa de ônibus é a mesma que opera na cidade desde a década de 1970. "Está ruim, o cara tem que esperar muito no ponto, às vezes não passa no ponto", reclamou um passageiro.
O último aumento na passagem foi em julho do ano passado: R$ 2,86 no cartão e R$ 3 em dinheiro.
Dentre as maiores cidades de Santa Catarina, a passagem mais em conta é a de Chapecó, no Oeste. R$ 2,67 no cartão e R$ 2,90 em dinheiro. Os estudantes pagam R$ 1,10.
Do preço, eles não reclamam, mas a pontualidade é um problema. "Chega no ponto, às vezes fica 40 minutos esperando e o ônibus não vem", disse uma passageira.
Novo ano, novo preço
Na capital, o ano começou com preço novo na tarifa. Quem usa cartão, paga R$ 3,34. Quem paga em dinheiro, agora desembolsa R$ 3,50. Um aumento de quase 13%.
"Para o preço que está, teria que estar muito melhor. Se a gente paga uma coisa cara, a gente quer uma coisa de qualidade e não é o que está acontecendo", reclamou uma usuária.
R$ 3,50 também é o valor que o criciumense desembolsa. No cartão, é um pouquinho mais em conta que a capital: R$ 3,18. Masa ainda assim, pesa no bolso. "Está muito caro. Está terrível", resumiu uma passageira.
Mas ninguém paga mais que o joinvillense: R$ 4,50. É uma das passagens mais caras do Brasil. Até metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte têm uma tarifa mais em conta.
"Pensa, tu estás na rua, precisas pegar um ônibus, tens que pagar R$ 4,50! Tu vais ter que escolher às vezes entre fazer um lanche antes de sair ou pegar o ônibus", disse uma passageira.